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O Espírito de Cristo

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. (Fp 2.5-8)

 

         Quando se fala em ter o espírito de Cristo, nossa mente logo nos arremete a sermos humildes e mansos, e isso não está errado, Jesus era manso e humilde de coração, este é, de fato, o espírito de Cristo. Porém, precisamos compreender que ser humildes e mansos não quer dizer que não seremos posicionados e cheios de autoridade ou de uma certa indignação.

                Quando João teve a visão do trono, no capítulo 5 de Apocalipse, ele vê alguém assentado no trono com um livro na mão, mas ninguém era digno de abrir o livro. Ele, então, começa a chorar, no entanto o ancião lhe diz para não chorar, pois o Leão da tribo de Judá venceu e é digno de abrir o livro. É interessante que o ancião diz que o leão iria chegar para abrir o livro; entretanto, quando João olhou, não viu um leão, e sim um cordeiro. Jesus é o Cordeiro, mas também é o Leão.

 

Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. (Ap 5.5-6)

 

         Na terra, há dois problemas a serem resolvidos, um é a questão do pecado e o outro é a questão do diabo. Em relação ao pecado, Jesus venceu como cordeiro, morrendo na cruz e pagando o preço de todos os nossos pecados. Mas em relação ao diabo, ele venceu como leão, pisando na cabeça da serpente.

                O espírito de Cristo é o espírito de cordeiro e o espírito de leão. Temos em nós o mesmo espírito, de cordeiro e de leão. Isso nos fala que precisamos ser humildes diante de Deus e ousados diante do mundo, precisamos chorar diante de Deus e sorrir diante do mundo, precisamos mostrar nossas fraquezas diante de Deus e mostrar nossa força diante do mundo.

                São dois lados da mesma pessoa, você precisa se posicionar de maneira correta diante do ambiente correto, e vice-versa, pois, do contrário, você pode ter problemas com Deus. Veja o exemplo da oração do publicano.

 

Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lc 18.9-14)

 

 

         O texto começa dizendo que a parábola foi dita para alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos. O texto diz que o publicano não ousava nem ainda levantar os olhos aos céus e dizia: “Tem misericórdia de mim, pois sou pecador”. Esta é a oração que devemos fazer quando nos convertemos, a oração do cordeiro. Mas, uma vez que você nasceu de novo, essa oração não serve para você mais, agora você é leão. Sua oração é de filho e de quem já é justificado diante de Deus. Se agora você chegar diante de Deus com essa postura, sendo que já foi justificado, você afronta a cruz, pois lá Ele já justificou você.

                Davi é um tipo de Cristo, ele demostra o espírito correto, de cordeiro e de leão. Como cordeiro, ele sempre foi sensível à presença de Deus, humilde, adorador. Pegava a sua harpa e chorava na presença do Senhor. Entretanto, se você observar, Davi também tinha o espírito do leão, após adorar diante do Senhor, ele pegava a espada e não tinha medo dos seus inimigos, mas os matava sem considerar sua força tamanho ou fama.

                Precisamos ter o mesmo espírito de Cristo, há momentos de servos cordeiros e momentos de servos leões. O que acontece com muitos irmãos é que, nos momentos de ser um leão, de partir para cima e ver o milagre de Deus, eles viram cordeiro e, nesse momento, estão com o espírito de Cristo, mas no momento errado. Tiago diz que não adianta apenas ter o espírito correto, você precisa ter o espírito correto no momento correto.

 

Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tg 4.7)

 

         Há irmãos que são leões para com Deus, resistem a Deus e à sua palavra e, quando estão diante do diabo e das circunstâncias, eles se abatem, sujeitam-se como cordeiros. Você é cordeiro diante de Deus e leão diante do inimigo. Veja o exemplo de Josué após perder a batalha em uma cidade chamado Ai.

 

Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre a cabeça.  Disse Josué: Ah! SENHOR Deus, por que fizeste este povo passar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão. Ah! Senhor, que direi? Pois Israel virou as costas diante dos seus inimigos! Ouvindo isto os cananeus e todos os moradores da terra, nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e, então, que farás ao teu grande nome? Então, disse o SENHOR a Josué: Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o rosto? (Js 7.6-10)

 

         Quando Josué está prostrado por causa da derrota, Deus os adverte a sair daquela posição de cordeiro e assumir a posição de leão. Você precisa se posicionar com o espírito certo diante da situação certa.

                Quando Moisés, diante do seu chamado, questionava a Deus dizendo que não creriam nele, ele simplesmente estava sendo cordeiro, humilde, mas Deus lhe diz: “Vá como leão, vá com o que você tem em mãos”.  Isso não quer dizer que não devemos ser cordeiros, só não devemos ser diante do inimigo, ser cordeiro é nossa postura diante de Deus.

 

Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR não te apareceu. Perguntou-lhe o SENHOR: Que é isso que tens na mão? Respondeu-lhe: Um bordão. (Êx 4.1-2)

 

         Como cordeiro, você ora como se tudo dependesse de Deus, mas se levanta como leão como se tudo dependesse de você.

 

Os ministros da nova aliança

 

O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. (2Co 3.6)

 

         A Bíblia diz que somos ministros da nova aliança. Ministros aqui são profetas, mas qual a diferença entre o profeta da antiga aliança e o profeta da nova aliança? Veja, ambos são profetas, mas o espírito de cada um deles diante daquilo que é bom e daquilo que é ruim mostra a diferença. A história em 1 Reis nos conta que Elias  apenas anunciou que haveria uma seca e assim se fez, mas também diz que, para que chovesse, ele precisou orar intensamente até ver uma nuvem do tamanho da mão de um homem.

 

E disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por sete vezes. À sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha. (1Rs 18.43-44)

 

         Mas se você ler atentamente o relato de Tiago, perceberá um desacordo com o relato de Reis. Tiago disse que, para que não chovesse, Elias orou intensamente, mas, para que chovesse, ele apenas orou.

 

Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos. (Tg 5.17-18)

 

         Por que a ordem foi alterada? Na velha aliança, para que a maldição viesse, bastava dizer, mas, para que a bênção viesse, precisava orar muito, no caso de Elias, sete vezes. Todavia, na nova aliança, Tiago relata pela ótica de Deus: para vir a maldição, precisa orar intensamente, mas, para que a chuva venha, é apenas uma simples palavra.

                Na velha aliança, a maldição é apenas uma palavra, mas, para a bênção, tem que gemer. Na nova aliança, não precisamos gemer, apenas liberar a palavra como leão que já somos. Há momentos de orar, mas há momentos de ser leão e comandar as circunstâncias da nossa vida. Jesus falou a uma tempestade quando esta tentava impedi-los de chegar ao seu propósito. Falou a espíritos malignos quando estes se apossavam de pessoas ao seu redor. Falou a uma figueira quando esta não tinha frutos. Mas Jesus também nos disse que devemos falarmos com fé, como leões, para que as circunstâncias se submetam a nós. O senhor nos deu autoridade do leão para irmos e desfazermos todas as obras do diabo. Vamos ganhar esta geração com o espírito de Cristo.

 

Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. (Lc 10.19-20)

 

 

Pr. Mauro Stival

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